quarta-feira, 26 de março de 2008

PORQUE É PRECISO OPTAR...


Não sei onde arranjei este texto nem quem é o seu autor. No entanto, e apesar de já estar um pouco desactualizado (só na data em que foi escrito), decidi publicá-lo. Porque nos alerta para o perigo que corremos,como elementos de sociedades organizadas e como habitantes do planeta Terra.

Admiro o optimismo do autor e a sua confiança no Homem. Está a terminar o terceiro mês de 2008. Há algum indício da tal mudança imprescindível? Não vejo qualquer sinal. E tenho muito medo do futuro.

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UM MUNDO MELHOR

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Recusemos o mito de que a «mão invisível» do mercado resolve tudo, o domínio do dinheiro e do sucesso como valores supremos. Não se trata de pregar a utopia. Mas apenas de afirmar a confiança no Homem, no seu bom senso e racionalidade. 2007 despede-se sem deixar saudades. 2008, apesar dos riscos de agravamento internacional da crise financeira, do desemprego, da inflação, do deficit externo, da queda do dólar, do descrédito da América no mundo poderá ser um ano de viragem. Atenção! Provavelmente, a mudança virá da América. E da União Europeia que, com mais nove Estados a aderirem ao Espaço Schengen, abolindo as fronteiras deu um passo em frente. Por isso é seu dever acompanhar a mudança ou mesmo precedê-la, se houver coragem política, para evitar que lhe suceda o pior: a Civilização Ocidental entrar, definitivamente, em decadência.
Perante a crescente pujança dos chamados países emergentes, o que não exclui fortes contradições internas e dificuldades, e de alguns outros Estados, em todos os continentes, que não querem ficar para trás. O último, foi a viragem para o centro-esquerda ocorrida na Austrália. Entendamo-nos, porém: viragem, em que sentido? No plano das reformas sociais e ambientais a sério, sem as quais não haverá crescimento global sustentado. É importante que isto seja dito e repetido. E ainda do reforço dos Estados nacionais, de modo a conseguir conter a voracidade insaciável dos privados e a distribuir melhor o rendimento, para reduzir as crescentes desigualdades, que estão na origem da ausência de confiança na política e no papel do Estado e das revoltas, mais ou menos violentas, que afectam as sociedades mais desenvolvidas e as mais pobres.

Al Gore escreveu dois livros de divulgação de grande importância: o primeiro, Uma Verdade Inconveniente, como o filme que o precedeu, chamou a atenção mundial para os perigos que ameaçam o planeta, por irresponsabilidade política dos decisores, e valeu-lhe o Prémio Nobel; o segundo, O Assalto Contra a Razão, denuncia os perigos que a Democracia corre, quando os interesses privados das grandes multinacionais se sobrepõem às decisões das instituições e dos responsáveis que resultam do sufrágio popular. É uma denúncia corajosa do sistema neoliberal que, no segundo mandato do Presidente Bush, atingiu o seu pior.

Os resultados estão à vista de todos: uma crise financeira, que está a contagiar a União Europeia e, a não ser dominada, conduzirá a uma recessão de consequências mundiais gravíssimas; o descrédito de uma Democracia, que era uma referência para o mundo, em consequência dos sucessivos atentados aos Direitos Humanos praticados dentro e fora do seu território, de que são exemplos terríveis Guantánamo e Abu Ghraib; a «guerra preventiva» movida contra o Iraque, sem o aval das Nações Unidas, que mais do que um erro foi um crime, que incendiou o Médio Oriente e estimulou o terrorismo, em vez de o combater; uma política securitária de raiz repressiva que está a tornar-se numa paranóia colectiva. É necessário reagir, apelando à razão, com objectividade e bom senso, recusando todos os fanatismos.

No início do novo milénio, enquanto a memória das ditaduras do séc. XX, de sinal contrário e dos seus horrores permanece viva, saibamos defender os princípios que decorrem da Razão e da Ética. Recusemos a falsa ideologia neoliberal, o mito de que a «mão invisível» do mercado resolve tudo, o domínio do dinheiro e do sucesso a qualquer preço como valores supremos. Lutemos contra a banalização da Política e os políticos de marketing, feitos artificialmente como subprodutos vendáveis. Saibamos voltar aos valores da Liberdade, da Justiça e da Solidariedade. Para construir um mundo mais humano e melhor, a que aspiram, legitimamente, todos os Povos da Terra.

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