quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Será a MORTE o caminho?





Salvem a globalização - Atacar os bancos está na moda. (Bruno Proença)


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São a encarnação do diabo e os culpados de tudo. Em particular, da actual crise que arrasta a economia mundial para dias menos felizes. Afinal foi a sua ganância que criou o monstro do 'subprime' – crédito hipotecário de alto risco. Agora a bomba rebentou e os estilhaços chegam a todo o lado.


Os maiores ataques ao sistema financeiro vêm dos críticos da globalização. Dos que acham que a economia liberal está à beira da falência e o que é preciso é regular tudo e todos. São coerentes. O sistema financeiro foi a auto-estrada da globalização. Este processo arrancou com as transformações nas tecnologias de informação – microprocessadores, fibra óptica, satélites, internet – que criaram uma nova realidade de comunicações baratas. As instituições financeiras foram as que melhor aproveitaram a oportunidade para expandirem as suas actividades e, desta forma, aceleraram a globalização. Portanto, para os críticos, esta crise do sistema financeiro internacional, com bancos nos Estados Unidos e na Europa a assumirem perdas de 82,2 mil milhões de euros, é o sinal de que a globalização é perigosa e tem de ser travada. Como? Com mais leis, proteccionismos e nacionalismos económicos.


Quem defende isto? Os ricos, preguiçosos e hipócritas europeus. Às segundas, quartas e sextas defendem que é preciso acabar com a pobreza no mundo. Às terças, quintas e sábados resmungam com a globalização. Esquecem-se que os dois fenómenos estão ligados. Todo este processo de mudança correspondeu também a um forte empurrão no comércio livre. Os países pobres e em desenvolvimento precisam de mercados abertos para venderem os seus produtos e poderem igualmente beneficiar dos ganhos do comércio internacional. Foi assim que a Índia e a China começaram a ganhar peso na economia mundial. As suas economias estão a crescer e isso significa mais riqueza para as populações.


A verdade é que a globalização tirou da pobreza muitas centenas de milhões de pessoas pelo mundo. É verdade que ainda há muita pobreza mas já há segmentos de população nestes países que estão a experimentar níveis de riqueza até agora só vistos no mundo ocidental e no Japão.


Portanto, a onda proteccionista que está a nascer na Europa tem motivações egoístas. O modelo europeu está em causa. Deixou de ser competitivo perante a concorrência asiática. Ter que se reinventar dá muito trabalho. Por cá, estão a defender-se os direitos adquiridos.


A globalização está a acelerar o ritmo de mudanças e isso é um choque para as pessoas. De repente, coisas que pareciam certas deixaram de o ser. A resistência à mudança é natural. Mas isso não é razão para matar a globalização com barreiras alfandegárias, nacionalizações de empresas e regulamentos para o sistema financeiro internacional. Os ganhos são claramente superiores às perdas. Só é preciso aprender com os erros, continuar a criar riqueza e, claro, dividi-la melhor.


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Este senhor, que não conheço, parece ter a verdade na mão.


Confesso que até me enjoa ouvir falar de globalização, dos lucros dos bancos, da defesa de direitos adquiridos pelos trabalhadores europeus... Estou farta de tanto paleio!!!


Pois é! A Índia e China estão a tornar-se grandes potências económicas. E à custa de quê? De trabalhadores que melhor chamaríamos de escravos e do nenhum respeito pelo Planeta em que vivemos. Não é cometendo os mesmos erros que os ocidentais cometeram que se desenvolverão; não é roubando os direitos justos dos trabalhadores (no Ocidente, para sermos competitivos) que nos salvaremos.


O Mundo está um caos. Probeza extrema em África, desemprego ou emprego precário (a recibos verdes, sem quaisquer direitos) e mal pago, no nosso país, por exemplo.


Globalização? Quero lá saber se há ou não uma economia global. O que sei é que o sistema capitalista não serve, porque assenta num desenvolvimento baseado no aumento constante do consumo. E os recursos não duram para todo o sempre e a nossa pobre Terra está doente.


Qualquer dia, isto rebenta, explode. Ou talvez a Natureza, na sua sabedoria infinita, resolva extinguir a espécie humana. É o que merecemos.


Oxalá não seja já tarde demais!!!!!



sábado, 23 de fevereiro de 2008

Sempre vivo!




José Afonso
nascimento: 2.Agosto.1929
morte: 23.Fevereiro.1987
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Menino do Bairro Negro
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Olha o sol que vai nascendo
Anda ver o mar
Os meninos vão correndo
Ver o sol chegar
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Menino sem condição
Irmão de todos os nus
Tira os olhos do chão
Vem ver a luz
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Menino do mal trajar
Um novo dia lá vem
Só quem souber cantar
Vira também
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Negro bairro negro
Bairro negro
Onde não há pão
Não há sossego
*****
Menino pobre o teu lar
Queira ou não queira o papão
Há-de um dia cantar
Esta canção

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

OS AFECTOS SÃO O MAIS IMPORTANTE DA VIDA


Para todos os meus amigos e amigas, desejo o que há de melhor no mundo: O AMOR PERFEITO!

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

E quem não tem padrinho?????


ARRANJA-ME UM EMPREGO



Tu precisas tanto
De amor e de sossego
E eu preciso dum emprego
Se mo arranjares
Eu dou-te o que é preciso
Por exemplo o paraíso
Ando ao deus-dará
Perdido nessas ruas
Vou ser mais sincero
Sinto que ando às arrecuas
Preciso de galgar
As escadas do sucesso
E por isso é que eu te peço
Arranja-me um emprego

Arranja-me um emprego
Pode ser na tua empresa
Com certeza
Que eu dava conta do recado
E para ti era um sossego

Se meto os pés para dentro
A partir de agora
Eu meto-os para fora
Se dizia o que penso
Eu posso estar atento
E pensar para dentro
Se queres que seja duro
Muito bem eu serei duro
Se queres que seja doce
Serei doce ai isso juro
Eu quero é ser o tal
E como tal reconhecido
E assim digo-te ao ouvido
Arranja-me um emprego

Sabendo que as minhas intenções
São das mais sérias
Partamos para férias
Mas para ter férias
É preciso ter emprego
Espera aí que eu já chego
Agora pensa numa casa
Com o mar ali ao pé
E nós os dois
A brindarmos com rosé
Esqueço-me de tudo
Com o pôr-do-sol assim
Chega aqui ao pé de mim
Arranja-me um emprego

Se eu mandasse neles
Os teus trabalhadores
Seriam uns amores
Greves era só
Das seis e meia às sete
Em frente a um cassetete
Primeiro de Maio
Só de quinze em quinze anos
Feriado em Abril
Só no dia dos enganos
E reivindicações
Quanto baste ma non troppo
Anda bebe mais um copo
Arranja-me um emprego
Sérgio Godinho

domingo, 3 de fevereiro de 2008

25 ANOS


Partiste, há 25 anos, não sei para onde ou se para lado nenhum. Fiquei mais só ainda. Até aos 22 anos tinha dois "colos": o teu e o da mãe. Ela foi embora mais cedo e agora, 3 de Fevereiro de 1983, era a tua vez.

De ti, herdei os olhos claros, o gosto pela leitura (a riqueza maior que poderias deixar-me), o exemplo de homem calmo, cordato e bom.

Tinha outros colos, não quero ser ingrata. Os dos meus três irmão/ãs, sempre presentes e importantes na minha vida. E tinha os meus dois filhotes, então pequerruchos, a precisarem do meu.

Quando te foste, no entanto... uma porta se fechou para sempre, pai.

Não perdeste muito. Sei que não gostarias de viver neste local absurdo em que o Mundo se está a transformar.

Descansa em paz no nada ou vela, por nós, se puderes!