Florbela Espanca [Vila Viçosa, 1894 - Matosinhos, 1930]

CARAVELAS…
Cheguei a meio da vida já cansada
De tanto caminhar! Já me perdi!...
Dum estranho país que nunca vi
Sou neste mundo imenso a exilada.
*
Tanto tenho aprendido e não sei nada.
E as torres de marfim que construí
Em trágica loucura as destruí
Por minhas próprias mãos de malfadada!
*
Se eu sempre fui este Mar Morto,
Mar sem marés, sem vagas e sem porto
Onde velas de sonhos se rasgaram!
*
Caravelas doiradas a bailar...
Ai quem me dera as que eu deitei ao mar!
As que eu lancei à vida, e não voltaram!...
Florbela Espanca
1 comentário:
Florbela, deixa realmente muitas coisas a se pensar!
fiz um poema para ela, se te agradar a ler, é sempre bom saber o que pensam aqueles que admiram a ela, ainda mais quando são conterrâneos da autora!
esta no meu blog!
Ateh!
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